24 de jul. de 2006

Merchandising Social (o novo nome da lição de moral)

Você se lembra de He Man and Masters of The Universe?

Terminava os episódios e um dos personagens fazia uma inseção de alguns segundos, onde lebrava a moral da história que tinhámos acabado de assistir.

Eu adorava o desenho, mas detestava aquela bobagem toda. Tá legal, eu já sabia que bem sempre vencia e eu assistia é para isso mesmo. Já falei o quanto a TV é responsável pelo meu surperego. Mas aquela inserção era de morte, parecia que os caras achavam que a gente era idiota e não tinha entendido do que tratava a história.

Dois fatos ocorridos no mesmo dia têm uma relação direta com a idiotice do tal merchandising social, outro dia fui cortar os cabelos, meus e do meu filho e, enquanto esperava ele ser atendido, fiquei lendo uma Veja, para ser mais preciso, lendo a entrevista das páginas amarelas, onde, detre outras coisas, o noveleiro Silvio de Abreu dizia que a evolução dos nossos folhetins televisivos não se deve ao aumento do padrão de exigência da audiência, que esse só tem decaido, consequência da qualidade ou falta dela na educação escolar do brasileiro médio, por outro lado é possível dizer que as tramas melhoraram em decorrência da competição entre os autores e que é até díficil desenvolver boas tramas em vista da incapacidade do espectador de compreender o que se passa.

Bom a nova novela das oito da TV Globo é uma prova da evolução da teledramaturgia brasileira. Atualmente, com o pomposo nome de merchandising social (tudo em inglês é mais bonito), ao final de cada capítulo, ilustres desconhecidos fazem inserções de alguns segundos para nos dar lições de moral.

O próximo passo nessa evolução será esconder o ilustre desconhecido entre os figurantes ou o cenário da novela e, ao final perguntar se você conseguiu encontra-lo durante o capítulo, pelo sim, pelo não, em seguida mostrar o frame onde a criatura aparece explicitamente. Lembram do Geninho da She-Ha, aquilo foi a evolução do He-Man. Depois do Geninho, eu até ouvia a baboseira do final, só para disputar com meus coleguinhas o trofeu da descoberta do esconderijo do gato-gambar, sei lá o que. Mas, isso só vai acontecer, quando a gente estiver bem treinado.

Felei que foram dois fatos e foram mesmo. Depois de cortar os cabelos, fomos assistir a Carros da Pixar e lá também tem lição de moral, mas, como sabem que as crianças são seres que interagem com as informações e não baús onde se jogam tralhas para guardar, os produres do filme deixam por conta dos espectadores a interpretação da lição.

Um adesivo

Recebi, num cruzamento do Buritis, um adesivo da campanha do Aécio.

Acho que essa campanha será uma das mais limpas dos últimos tempos. É claro que quando digo limpa não me referido a nenhum avanço no sentido de não se onerar indevidamente o erário público. Claro está que nos encaminhamos para o financiamento público das campanhas, o que é o ataque legitimado dos cofres da nação.

A limpeza da atual campanha se dará no sentido de não emporcalharmos nossas cidades com propaganda. Aqui em Minas menos ainda, porque dada a vantagem do candidato a reeleição, o Governador Aécio Neves, nem ele, nem os adversários têm a menor necessidade de fazer grandes gastos com publicidade.

E a gente se sente até desinteressado em colar o adesivo no para-brisas, mas eu colei assim mesmo. Só para afrontar o concerto nacional pró PT.

A liberdade e a classe trabalhadora

Qual o sentido que há em dar liberdade para as classes populares. O que os trabalhadores farão com a liberdade de expressão e de pensamento?

Às classes trabalhadoras não se deve dar a opressão, deve-se deixa-las trabalhar. A liberdade não tem qualquer significado para elas.

Podolotria da fama

Há um certo impulso podólotro nas celebridades. Senão vejamos, por que calçada da fama, por que não mural, galeria, etc. e por que sandálias da humildade, por que não luvas, peruca, avental, etc.

Vou chamar isso de complexo de pavão.

Piada

Um amigo me lembrou, na sexta-feira passada, que a maior piada de português da história é o Brasil.

Homo x Hétero

Domingo, 16, ocorreu, aqui em Belo Horizonte a passeata do orgulho gay.

De tudo que ouvi sobre o assunto, uma coisa me deixou particularmente intrigado. Alguém leu ou disse que a passeata também visava a afirmação da livre orientação sexual.

Vamos ler as sombras das palavras. Uma passeata do orgulho gay que afirme a livre orientação sexual, por mais que não seja essa a intenção explicita e tenho certeza que não é, intui, denota, insinua, etc. que a orientação hétero não é livre ou talvez alguém venha dizer que isso é caraminhola da minha cabeça, mania de perseguição, preconceito, etc. Não é!

O discurso oficial do movimento é muito centrado na questão da aceitação das diferenças ou, no mínimo, na livre convivência com as diferenças. Não sei se já falei isso aqui, mas se não falei, falo agora. Isso tudo me parece muito contraditório.

Historicamente, estou falando de década de 50 e 60, a identidade gay se associava com uma posição rebelde, outsider. Os gays não procuravam aceitação e tolerância, eles queriam romper com o status quo, transformar a sociedade, ainda que pacificamente, é inegável que esse conteúdo fazia parte da mística de movimentos como os dos hippies e gays de São Francisco, só para citar um caso emblemático, que identificavam a orientação hétero como um traço de conservadorismo.

Um outro conteúdo interessante no discurso oficial é o que vou chamar de naturalização X escolha. Afirma-se enfaticamente que a orientação sexual é resultado de uma escolha de uma opção, procura-se minimizar quaisquer causas dessa orientação relacionadas a impulsos orgânicos, inclusive como contra argumentação do discurso hétero que se apega, pelo menos em sua versão menos sofisticada, em funções orgânicas e religiosas-culturais para justificar a orientação sexual.

Tenho que impressão que o homossexualismo moderno (a partir de meados do século XIX até nossos dias) se reveste de um significado bastante diverso daquele correspondente à antigüidade. Para os antigos tratava-se sobretudo de conformação a imperativos culturais coletivos, ser homossexual em Roma ou na Grécia antiga não era um ato de rebeldia, antes de conformação e aceitação. Em nossa sociedade, o movimento pelo politicamente correto reverte um dos principais focos de rebeldia do século XX em ação pela família em prol da propriedade.

18 de jul. de 2006

Amenidades pop


Aposto que você não sabia que OMO quer dizer "a velha mãe coruja", em iglês, é claro: Old Mother Own. Eu também não sabia, foi a Marie Suzuki Fujisawa quem me ensinou na Isto é - dinheiro.
Eu achava que sabia de tudo, mas essas informações são demais até para mim, não vou desculpar o machismo, porque tem gente que pode achar que isso não é machismo. Mas será que eu, tendo dito isso, não sou quem acha que isso é machismo... Sei lá, mas que importa ser ou não ser machista, esse lance de politicamente correto já tá enchendo o saco, por isso vamos direto às informações estarrecedoras:
Além de OMO significar "a velha mãe coruja", a Marie - japinha - também me ensinou que 42% das decisões relativas a compra de carros novos são tomadas por mulheres, 58% das decisões relativas à aquisição de remédios também, a última palavra na compra de planos de saúde é das mulheres em 88% das vezes, 92% dos pacotes turísticos são vendidos sob a orientação feminina e 94% do mobiliário doméstico, é claro, só é comprado depois que a mulher bate o martelo.
Se você é publicitário já deve saber de tudo isso, mas eu confesso que estou pasmo, sempre achei que mandava mais e que apenas a compra do meu serviço fúnebre seria uma decisão alheia e que a aquisão da cadeira onde estou sentado foi frudo de meus impulsos de animal macho. Sinal dos tempos.
Ah! só para não esquecer do politicamente correto. Esses números são provas estátisticas da emancipação feminina ou como diria Roberto Campos, a estatística é como o biquine - que machismo - mostra tudo, menos o essencial.

A longa espera

Tá legal gente, fiquei um tempão sem postar e peço desculpas, mas é assim mesmo o blog é para os outros, mas, no fundo, é um coisa pessoal e agente só posta se tiver algo a dizer... Melhor fazer silêncio a postar coisas que não estão na nossa alma....
Então, vamos lá.