9 de dez. de 2005
A Televisão Me Deixou Burro Demais
26 de nov. de 2005
A que ponto...
A mocinha fala toda empolga:
- A-r-t-i-s-t-a!
- É mesmo?
- Sou back vocal.
- O que é isso ?
- Artista, sua burra. Cantora.
- Cantora?
25 de nov. de 2005
A Televisão Me Deixou Burro Demais
23 de nov. de 2005
A Televisão Me Deixou Burro Demais (Mulheres 1)
Falando assim você não lembra, não é mesmo?
22 de nov. de 2005
A que ponto....

Polis (Imagens e Palavras)

Para quem não conhece ou não gosta, esta é Vida Guerra, a mais importante modelo cubana nos EUA e a prova de que o regime de Fidel é muito abundante.
A que ponto....

2 de nov. de 2005
No Escurinho do Cinema
Em 1986, John P. Cosmatos dirigiu Sylvester Stallone e Brigitte Nielsen nessa maravilha cinematográfica que conta como são poucas as chances das forças do crime se perpetuar na presensa do diplomático Tenente Cobretti.27 de out. de 2005
No Escurinho do Cinema
O primeiro herói dos quadrinhos, nos moldes que conhecemos, foi o Tarzan de Edgar Rice Burroughs que foi convertido ao formato quadrinhos, já que é um original romance literário. O primeiro romance do personagem de Burroughs, Tarzan dos Macacos (Tarzan of the Apes), foi publicado em 1914 e contava a fascinante história de John Clayton III, o Lord Greystoke que, em decorrência de um naufrágio, quando ainda era recém-nascido, fica órfão na costa africana, sendo em seguida criado por uma família de gorilas. Os problemas de Tarzan - nome gorila recebido por Greystoke e que significa Pele Branca - iniciam-se quando ele tem contato com europeus, até então ele acreditava ser um gorila, talvez um pouco diferente dos outros, quem sabe só com alguns probleminhas de pele.
Os super poderes são introduzidos como característica marcante do herói apartir de modelos como o Super Homem que estreia em junho de 1938, na revista Action Comics #1, criado por Jerome (Jerry) Siegel e Joseph (Joe) Shuster para a editora Detective Comics, a DC. O herói é um alienígena cujos os poderes decorrem da interação de seu singular organismo com o meio-ambiente terrestre, ou seja, a energia do sol amarelo da terra é acumulada no corpo do sujeito que funciona como uma bateria solar e abastece suas fantásticas capacidades. Os poderes do Super Homem são realmente extraordinários e incluem invulnerabilidade, força física colossal, vôo e diversos tipos de habilidades visuais como visão de calor e raios-x. Tais poderes representaram em inúmeras ocasiões enormes dificuldades para o realismo das histórias, mesmo nos quadrinhos. Sempre foi muito difícil lidar, por exemplo, com uma criança que tinha super força ou com o fato de ter que encontrar vilões à altura para confrotar o herói.
Super Homem e seus congêneres da DC reinaram supremos até a década de 60, quando uma nova geração de criadores como Stan Lee, Jack Kirby e Stive Ditko criam um novo panteão de heróis para a Marvel Comics. O Quarteto Fantástico, Homem Aranha, Incrível Hulk, X-men e outros heróis marvel tinha aventuras nas quais suas habilidades e atos extraordinários eram compensados por aspectos humanos de suas personalidades e vidas cotidianas e até tomados como maldições, uma clara alusão faústica do arquétipo do herói.


23 de out. de 2005
Polis - Érico Veríssimo
Afirma ele que o Brasil perdeu uma grande oportunidade de, pelo o que entendi, dar um passo civilizado na história da humanidade, quando votou NÃO no referendo sobre o comércio de armas. Mas há mais, o escritor também diz que a má formulação da pergunta contribuiu para o resultado do referendo e que se o questionamento fosse feito de forma clara e direta, o resultado seria outro. Não satisfeito, foi além, quando denunciou a imprensa como um elemento articulador do resultado.
Quero lembrar o Senhor Veríssimo de algumas verdades democráticas. Hoje, dia 23 de Outubro, a opinião do articulista só valeu um voto, assim como a minha. Se ele tem tamanha descrença sobre as capacidades intelectuais dos outros eleitores - para mim ficou claro que não pairam suspeitas sobre as dele -, seu discernimento, está muito bem acompanhado, deixo a ele o trabalho de consultar a história para nomear seus pares. Esse Senhor também esqueceu que exerce, ao escrever n'O Globo, o ofício de jornalista e não deve ser dos melhores, uma vez que suas opiniões reacionárias, e não ignorantes como ele qualifica aqueles que dele divergem, têm sido sucessivamente vencidas, um dia pela história - como no caso do apoio ao atual presidente - outro dia pela sabia, sempre sabia - até quando escolhe um apedeuta presidente da república - decisão dos eleitores.
10 de out. de 2005
In Memoriun
Durante muito tempo, na manhã do dia doze de outubro os meninos saiam de casa, as meninas também, e as ruas ficavam cheias e, o grande barato era mostrar os presentes. Isso também acontecia no natal, mas hoje vamos falar do dia da criança.
A Berlineta era um charme, uma paixão, toda bonitinha, sem nenhum ângulo reto, mas a Monareta, na hora de ajustar a altura do guidão ou do banco, era pura praticidade.5 de out. de 2005
A que ponto....
Os Dez MandamentosQueria inaugurar essa sessão de grandes constatações e reflexões inúteis com uma profunda abordagem de um dos dez mandamentos:
"Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão". Êxodo 20.7.
Esse mandamento em particular, sempre me intrigou. Quem julga se eu tomei ou não o nome do Senhor em vão?
22 de set. de 2005
No Escurinho do Cinema (Segredos e Mistérios)
Invariavelmente ele atravessava uma cena no meio dos seus filmes. Essa é uma das melhores coisas sobre os filmes de Alfred Hitchcock. Esperar o momento em que o gordinho careca aparece.
feito mais nada, a presença de Grace Kelly já valeria o ingresso. Mas teve mais, To Catch a Thief (Ladrão de Casaca), em 1955, The Trouble with Harry (O Terceiro Tiro), em 1956, The Man Who Knew Too Much (O Homem que Sabia Demais), em 1956, Vertigo (Um Corpo Que Cai), em 1958, North by Northwest (Intriga Internacional), em 1959, Psycho (Psicose), em 1960, The Birds (Os Pássaros), em 1963, Marnie (Marnie, Confissões de uma Ladra), em 1964, isso tudo só para citar os que eu acho melhores. O sujeito trabalhava muito e trabalhou até 1976, rodando um total de 44 filmes e ainda fez uma série de tv.20 de set. de 2005
Polis (Imagens e Palavras)

Viva o Marxismo!17 de set. de 2005
A televisão me deixou burro de mais (Colorado)
Móvel de lindo estilo moderno de madeira de lei, vocês não imaginam como eu detestava essas palavras. Carregar este lindo móvel de madeira de lei exigia sacríficios indescritíveis. A única coisa que se aproxima do sentimento de desespero causado pela remoção deste lindo móvel de madeira de lei, são os bancos de legítimo couro da Viação Cometa que nos acompanhavam por viagens de seis horas (de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro e de volta em dias de verão escaldante num ônibus sem ar-condicionado). Mas, esse maravilhoso móvel de madeira de lei que poderia vir nas cores marfim, embuia ou caviuna e era uma das principais características das 95% nacionais tvs Colorado. O nosso, por exemplo, era em embuia.
Tudo isso era acompanhado por um seletor de canais de alto rendimento equipado com a nova válvula frame grid que garante excelente recepção em zonas distantes ou de sinal fraco. É claro que quando esse maravilhoso engenho estragou, eu tive que improvisar um alicate para mudar de canais (ainda bem que só tinhamos cinco canais para escolher) e como a ferramenta não contava com o moderno sistema de isolamento elétrico, também conhecido como capa de borracha, só era possível trocar de canais com a tv desligada, com ela ligada o corriqueiro ato de zapear tornava-se um esporte radical. Entretanto, isso não foi de todo ruim, pois me deu controle total sobre o que minha família assistia. O único problema é que, de madrugada, enquanto eu via o programa do Goulart de Andrade, que sempre passava strip tease das gordas garotas de programa da boca do lixo paulistana. Eventualmente, eu precisava mudar de canal rapidamente e o sistema alicate nem sempre era rápido o suficiente, sem falar que esse nunca foi um sistema silencioso, mesmo quando novo, de modo que essas aventuras noturnas só foram possíveis porque contavam com o sono pensado dos meus familiares.15 de set. de 2005
No Escurinho do Cinema Especial (Indo onde nenhum homem jamais esteve)
A industria cinematográfica americana é um celeiro. Há constante renovação, o que não significa que não haja o reconhecimento também constante por aqueles que ajudaram a construir a indústria e que hoje fazem parte da história dela. Isso certamente dimenciona a comoção causada pela perda de Robert Wise.
West Side History ou Amor Sublime Amor, pôxa parece arrogância barata, mas eu nunca lembro o título deste filme em português. Lembrei agora porque está escrito em tudo quanto é site, mas daqui a alguns dias só lembrarei de West Side History que é a versão Wise para Romeu e Julieta na New York dos anos 50. Preciso lembra-los que também não gostava de Shakespeare?

Obtuário
11 de set. de 2005
No Escurinho do Cinema (Lawrence da Arábia)
Algo deveria me preparar para ver o filme. Por que aquele era um filme importante? As vezes, eu tinha a impressão que muitas das pessoas que achavam aquele filme importante não tinha a menor idéia do se tratava, acho até que muitos o tomavam por um filme de aventura mesmo e como se conformavam com pouco, ignoravam completamente uns oitenta por cento do filme e assistiam apenas às batalhas e brigas, havia também aqueles itelectuais (ou pseudointelectuais) que mencionavam o filme apenas para parecerem mais cultos, mais distantes desse mundo terreno, onde socos são apenas socos e balas são apenas balas, sem segundas interpretações. Você pode até não acreditar, mas há gente desse tipo.
Quem foi Thomas Edward Lawrence, T. E. Lawrence ou simplesmente, o Lawrence da arábia do filme? Um sujeito complexo, para dizer o mínimo, que escreveu uma auto-biografia, Os Sete Pilares do Conhecimento. Auto-biografia é um jeito simplista de definir o tal livro. Oh livrinho difícil. É um diário, misturado com observações geniais sobre arte, arqueologia, filosofia, cultura oriental (arábe), enfim, o livro faz jus ao título.10 de set. de 2005
Polis
Metropolis

Nem Morto Mesmo
9 de set. de 2005
A televisão me deixou burro de mais (Hanna-Barbera 1)

Sou da geração babá eletrônica, fui criado pela televisão, pelo Bozo, pela Xuxa e algumas coisas muito boas como o Sítio do Pica-pau Amarelo do Geraldo Casé. Agora o que alguém como eu não pode deixar de mencionar é a Hanna-Barbera. Pôxa vida! Não dá para esquecer o Zé Colmeia (Yogi Bear dos gringos) e o Catatau, o Pepe Legal (Quick Draw McGraw) e sua turma: El Kabong e Babalu, "E não se esqueça disso...", não esqueci mesmo, Chuvisco, Plic e Ploc, Tutubarão, Dynamite, o Bionicão e o Falcão Azul. Não dá nem para falar, a lista é enorme, ficava aqui umas duas horas.
Era tudo muito bom. Quando os personagens corriam ou passevam de carro, passeavam repetidas vezes pelo mesmo lugar (o cenário era o mesmo e ficava se repetindo), pior do que isso, só aqueles filmes das décadas de 50, 60 e 70 que quando os caras estavam no carro ou no trem era sobreposta uma imagem em movimento na janela do carro ou do trem. Da onde tiravam essas idéias e pensavam realmente que alguém era enganado por esses truques? Os cenários dos Flintstones eram pintados com giz de cêra, desses que a gente usa no jardim de infância e no encerramento, quando o Fred voltava para a cama e passava pela Wilma deitada (em camas separadas!), ela não tinha boca, os caras esqueceram de desenhar o boca dela (não leiam em voz alta que é cacofonia), custava trocar um celulóide. Foram não sei quantos zilhões de epsódios e os caras não corrigiram o erro por pura pão-duragem.
Além da falta de higiene pessoal (as roupas sujas, no caso dos Flintistones eram peles de animais. Devia feder...), das tranqueiras domésticas modernosas e dos defeitos especiais que eram comuns a toda a família Hanna-Barbera, desta vez as tramas eram diferentes. Nada de corre-corre e kabongadas na cabeça ou aventuras e cientistas malucos. Os Flintistones e os Jetsons tratavam de moral, não era nada como os desenhos do He-Man que quanto terminava vinha a lição de moral do dia. Não, os Flintistones contavam uma história, nos divertiam e sem saber a gente acabava virando gente. Gente cheia de defeitos como o Fred (egoísta....), mas de bom coração. Lembro-me de um epsódio em que Barney salva um bebê de um acidente (o clássico carrinho desgovernado descendo ladeira abaixo) e precisa se ausentar para recuperar o balão da criança. Fred, que fica tomando conta do pimpolho, não titubeia quando vê a imprensa, torna-se o herói. Em meio a fama e o prestígio, passa a se mortificar por dentro diante da humildade de Barney (um amigo de verdade) e acaba confessando tudo.
Cogito Ergo Sum (O cão e seu próprio rabo ou a dialética da interpretação)

Marx é um autor que a cada leitura se mostra transmutado e sempre atual, esses são clichês dos quais não se pode escapar, mas que normalmente são ignorados não por uma mal intencionada interpretação, mas pelos bem intencionados oficiais interpretes da canônica obra.
Há sempre de prontidão uma interpretação que advoga a identidade de razão e como interpretação oficial se anuncia na tese "Marx queria dizer isso ao escrever isso..." Mas, não se sustenta na medida em que não é imediatamente aparente a intenção do agente autor ou esta só pode ser reconstruída a custa de aproximações sempre precárias na falta de um objeto de comparação analítica. De outra forma a identidade de razão nega outras interpretações possíveis e necessárias que, ainda que padeçam da falta de um objeto de comparação analítica e até por isso mesmo, se mostram verdadeiras e legitimas porque são frutos da contraposição de um leitor agente a um autor agente.
A interpretação oficial e sua identidade de razão historicamente se puseram a serviço da agência política pronta a não assumir a responsabilidade por conseqüências imprevistas ou indesejadas de seus atos, refugiando-se genericamente no erro interpretativo ou na vilania dos interesses que maculam o sacro santo altar da doutrina. Assim, ao negar a responsabilidade, nega-se a política e criam-se as bases para a transformação do político no fanático doutrinador à espera da redenção histórica. De outro lado, o lado dos inimigos da fé, há a disposição daqueles que aceitam o desafio da história como fazer diário, sem se apegar á doutrina da identidade da razão, mas fazendo da interpretação um novo diante do novo, que exige do agente político total compromisso com todas as decorrências e intercorrências do fazer político.
Um ou dois exemplos aclaram melhor o que se tem a dizer.
Recentemente tive que reler O Manifesto do Partido Comunista para preparar uma aula para meus alunos, digo isso para deixar claro que faço nova visita ao texto e havia em minha leitura um fim e assim já anuncio que não sou nem pretendo ser interprete isento.
À luz dos atuais acontecimentos da política brasileira não é possível ignorar algumas passagens do Manifesto. Logo de início, no que interpreto como sendo uma declaração de intenções, Marx afirma que um espectro paira sobre a Europa, o espectro do comunismo e que comunista é a pecha correntemente empregada para desqualificar o outro, desqualificando-o antes mesmo do embate e que é preciso opor a esse espectro um manifesto que traga às claras os verdadeiros comunistas, seu programa e suas intenções.
Também paira atualmente sobre o Brasil um espectro, o espectro da direita, do neoliberalismo e d'a zelite que como em 1848, também agora é a pecha que desqualifica o outro, que o anula antes do embate. É claro que é preciso opor a esse espectro um manifesto para que se traga ao dia os verdadeiros direitistas neoliberais, seu programa e suas intenções, até agora só apresentados por seus opositores, que paradoxalmente têm se apresentado como seus porta-vozes.
Há que se opor um manifesto que ponha a nu a farsa da transmutação que operada pela identidade da razão coloca os interpretes oficiais da doutrina na condição de não terem que apresentar em seu manifesto um programa real, mas apenas um grito de exposição da simetria social supostamente construída a partir dos obstáculos e da sanha flagelada da direita a serviço de interesses vis e alienígenas. Sendo essa a mágica que desvia os olhares das entrelinhas de seu manifesto onde insidiosa e dissimuladamente se esconde o programa de perpetuação do poder e colapso da democracia.
Farsa porque bradam: democracia, democracia! Mas desconhecem o significado da palavra, o compreendem a partir da identidade de razão, uma vez que pairam sobre a história sem compromissos com suas ações e a espera da redenção.
Como havia prometido dois exemplos, o segundo se avia. Marx também faz menção à sua grande teoria da história, teoria errada porque é inegável e monista ao anuncia tudo para não se comprometer com nada, que diz ser ela a história das lutas de classes, que a cada etapa se manifesta como o confronto entre duas classes específicas, culminando com a revolucionária transformação da sociedade ou com a extinção das classes em conflito.
O resto do manifesto é um desfile de argumentos que corroborariam a tese de que a moderna sociedade burguesa onde se digladiam burgueses e proletários se desmanchará na apoteose do proletariado, sabe Deus por quem escolhido para guiar a humanidade nessa nova travessia do Mar Vermelho. É aqui que o analista da história intencionalmente sai de cena para dar lugar ao profeta de que falávamos quanto mencionamos o fanático doutrinador e esse profeta nos toma por ignorantes ao supor que mudada identidade ou trocada a roupa nos esqueceremos facilmente do que acabara de ser dito poucas linhas antes. Não, nós não esquecemos. Há opções, a história não é uma desvairada corrida em circuito pré-estabelecido, há a extinção das classes em conflito e as evidências saltam dos últimos cento e cinqüenta anos de história que se passaram desde o manifesto. Mas o profeta não se preocupa com evidências, ele apenas chama para si a capacidade de demolir a ordem para em seguida reconstruí-la pela autoridade da palavra.
Com efeito, tudo isso é ignorado pela doutrina oficial, pelos interpretes da identidade de razão. E isso não é um traço da autodenominada esquerda nacional, uma espécie de jabuticaba ideológica a denotar os defeitos de nossa pobreza ou atraso intelectual. Isso frutificou alhures tanto quanto aqui, ontem e hoje.
O que nos distingue é que agora refazemos o caminho já percorrido por outros, lembram-se da releitura? E esse caminho que não é novo e esses pés que se negam a assumir responsabilidades pelo amargo e pelo triste do destino a ser alcançado são picadeiro de circo e pés de palhaço que ao ficarem com o profeta, esquecem o analista que disse que a história só se repete como farsa e pantomima. E de nossa farsa e pantomima não nasceu riso na platéia, por demais dramática e trágica, desconcertante para o mestre de picadeiro que se perdeu no anúncio do programa e pôs o rei nu na frente de todos, não como o Lear altivo na tempestade, mas como o bufão que é, o bobo que enganou a todos, mas que ficou sem repertório e agora torce para que se abrevie o espetáculo e a cortina desça conservando o que ainda lhe resta de dignidade.
6 de set. de 2005
A televisão me deixou burro de mais (Banho de Língua)
Já contei para vocês que eu pensava que os atores gringos aprendiam português para fazer os filmes que passavam aqui no Brasil. Sei que isso é meio estúpito, mas pensa bem, o sujeito liga a televisão e os caras tão falando tudo certinho.
Não esqueci não... O problema é que eu já sabia que no Japão, os caras falam japonês e o Dr. Gori - principalmente ele - tinha uns tiques muito esquisitos: o sujeito falava com o Karas e ao mesmo tempo mexia os braços feito o Renato Russo dançando e não tinha uma vez que ele não ficasse mexendo a boca sem emitir qualquer som ou o contrário, a gente ouvia a voz do cara, mas a boca ficava paradinha.GOOOL
5 de set. de 2005
No Escurinho do Cinema (O Pecado Mora ao Lado)
O PECADO MORA AO LADOHouve um tempo em que era possível ir ao cinema e se divertir com insinuações. Não estou querendo ser saudosista, nem se quer vivi esse tempo ou fui ao cinema nesta época, mas a Sessção da Tarde era ótima. A ingenuidade imperava, a gente tinha que imaginar ou simplesmente perdia o enredo. A gente nem sabia que o filme era dublado... Juro, eu achava, achei durante muito tempo que o Jerry Lewis falava português. Ficava impressionado com a capacidade desses atores americanos em aprender nossa língua pátria. E olha que eu já tinha uns dez anos.
Uma vez eu ri tanto assistindo a um filme do Sr. Lewis que até engoli uma bolinha de gude. Engoli é modo de dizer, eu fiquei engasgado durante uns cinco minutos que pareceram uma eternidade, até que depois de alguns goles d'água e uns punhados de farinha de mandioca a bolinha desceu e essa foi a última notícia que eu tive dela, esteja ela onde estiver. Tinha que guardar as bolinhas na boca, se não os outros moleques as roubavam.
O único paralelo cultural que eu tinha como referência para esse estranho hábito da Sra. Sherman eram minhas aulas de história do colégio, quando a professora contou que a família real viajava para Petrópolis para se refugiar do verão carioca. Mas em Manhatan, até onde eu sabia, nem era tão calor assim, além do mais, dado o exemplo da família real, eu achava que isso é coisa de rico e no filme o povão todo era dado a essa estravagância, como ficava claro na cena em que o Sr. Sherman se despede da família em meio a uma multidão que toma toda toda a estação de trem para fazer a mesma coisa... Nova Iorque inteira viajava, era uma loucura só ficavam os homens trabalhando para pagar a viagem e, por motivos que me escaparam à época e continuo sem saber, The Girl.
Bom, mas tem o tudinho... do qual falei antes. Como eu disse no início, minha ingenuidade tornava tudo diferente, tinha uma espécie de véu diante de meus olhos que tornava o céu mais azul. Eu esperei ansiosamente pela cena do vento na saia, tinha certeza que tinha algo mais, estava exitadíssimo, finalmente veria o algo mais, o que não se mostrara nas chamadas, aquilo que só os pacientes, os perseverantes, os.. os... A cena é exatamente igual à chamada: tremenda decepção.4 de set. de 2005
Culto e Cult
Tá legal, a série tinha coisas um pouco exageradas. É claro que eu nunca gostei daquelas bobagens que eram escritas nos cartõesinhos... A não ser quando elas rediam uns beijinhos - olha o machismo aí -, mas as pessoas estão passando dos limites com essa história de "polititcamente correto".
O que seria do mundo sem os esterióticos, não dá para fazer comédia sem esteriótipos. Claro que não estamos falando de espancar anões no horário nobre. Não, não se trada disso... Trata-se de tornar nossas vidas um pouco menos cotidianas. Nosso dia-a-dia é isso mesmo: monótono. Uma vez recebi de uma namorada uma bala, daquelas mentoladas, em cujo o envelope - do qual ela tinha conhecimento - estava escrito, parafraseando Vinícius: "Nosso amor é como (...) Que seja eterno enquanto DURO. Isso é inesperado, rompe com o cotidiano e é agradável, evidentimente é muito chulo se comparado com o Amar é...
As mesmas pessoas que sobem nas tamancas para chamar de machista o Amar é... vão à parada do orgulho gay pedir igualdade de tratamento para os homosexuais. Será que essas pessoas não vêm nada de incoerente nisso?
O problema com o Amar é... não é o seu suposto machismo. O problema é que o mundo mudou desde os anos 70 e hoje, publicar Amar é... é como ressucitar algo fora do tempo e da ordem.
Hoje, o homem cozinha e Amar é... fazer uma comidinha gostosa para sua amada; sentar no banco do carona, enquanto ela dirige; ter conta conjunta com o nome dela na frente; ficar com raiva quando ela, para não decidir, diz que vai consultar o marido....
3 de set. de 2005
No Escurinho do Cinema (Gaijin - Ama-me como eu sou)
Camila Morgado é a única coisa ótima - é a vez de Gaijin, com um orçamento de dez milhões de reais, um luxo para os padrões das produções brasileiras, levar as tramas folhetinescas para a grande tela.
Enquanto isso Waltinho e Meireles filmam em inglês. Se continuar assim, daqui a pouco só vamos ver cinema nacional produzido em Hollywood.



