Já contei para vocês que eu pensava que os atores gringos aprendiam português para fazer os filmes que passavam aqui no Brasil. Sei que isso é meio estúpito, mas pensa bem, o sujeito liga a televisão e os caras tão falando tudo certinho. Comecei a desconfiar das coisas assistindo às aventuras do meu herói favorito - naquela época, que fique bem claro -, o Spectreman. Um herói japa, estilo Power Rangers - só para lembrar aos mais novinhos que vocês não são menos ridículos. O Spectreman era barra, tinha tudo que um bom japa tem, abertura maneira: a câmera vinha pairando desde o espaço, em direção ao Japão, enquanto um locutor com uma voz cavernosa falava em off ao som de uma musiquinha (clique a seguir ouvir a musiquinha e ver a abertura ): Planeta: Terra. Cidade: Tóquio. Como todas grandes metrópoles do planeta, Tóquio se acha hoje em desvantagem em sua luta contra o maior inimigo do homem: a poluição. E apesar dos esforços de todo o mundo, pode chegar um dia em que a terra, o ar e as águas venham a se tornar letais para toda e qualquer forma de vida. Quem poderá intervir? SPECTREMAN!!!; um vilão carismático, o Dr. Gori, um macacão que ficava arquitetando planos adivinhem para que.... dominar o mundo, isso mesmo. E o cara tinha um assistente atrapalhado, quem não tem um, o Karas, um gorila muito louco que ficava o tempo todo batendo no peito com os punhos cerrados; tinha também um grito de guerra: "Dominantes, às ordens", aí um raio transformava o pacato Kenji no poderoso Spectreman e os monstros começavam a tremer nas bases. Os enredos eram sempre os mesmos: O Dr. Gori enviava um monstro de latéx com ziper nas costas para a Terra, o Spectroman lutava e ganhava do monstro, mas não o destruia, então o Dr. Gori transformava o monstro num gigante - não me perguntem porque ele não mandava o monstro gigante desde o começo -, o Spectreman também virava gigante - também não me pergunte porque o Spectreman não vinha gigante desde o começo - e usava seu famoso spectreflash para acabar com o monstro, claro antes eles destruiam uma porrada de coisas durante as lutas.
Não esqueci não... O problema é que eu já sabia que no Japão, os caras falam japonês e o Dr. Gori - principalmente ele - tinha uns tiques muito esquisitos: o sujeito falava com o Karas e ao mesmo tempo mexia os braços feito o Renato Russo dançando e não tinha uma vez que ele não ficasse mexendo a boca sem emitir qualquer som ou o contrário, a gente ouvia a voz do cara, mas a boca ficava paradinha.Esse comportamento por demais sinistro foi a chave para tudo. Olha o trabalhão que os safados da televisão tinham. Eles apagavam o som das vozes dos caras dos filmes, depois gravavam versões em português do diálogo e aí punham para passar tudo junto. Tudo isso para enganar as criancinhas e a única pista da safadeza era um locutor que falava antes de começar os epsódios: "Versão brasileira...." Putz, isso é ou não é mal caratismo?
Agora depois que você descobre isso, não pense que as coisas melhoram não. Agente passa a assistir filme legendado e aí é pior ainda, a gente descobre que todo mundo fala inglês. Americano fala inglês, italiano fala inglês, japonês fala iglês, até marciano fala inglês... Tem uns caras menos cara-de-pau, como os caras da enterprise, que dizem utilizar um dispositivo de tradução universal, mas eta dispositivo né. É um banho de língua.
3 comentários:
Pior que Spectreman só as novelas mexicanas. Aquelas dublagens acabam com qualquer ilusão infanto juvenil.
E so esta Faltando um TEMPLATE mais ta legalzinho bem a sua cara!!!!
Your are Nice. And so is your site! Maybe you need some more pictures. Will return in the near future.
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