6 de set. de 2005

A televisão me deixou burro de mais (Banho de Língua)

Já contei para vocês que eu pensava que os atores gringos aprendiam português para fazer os filmes que passavam aqui no Brasil. Sei que isso é meio estúpito, mas pensa bem, o sujeito liga a televisão e os caras tão falando tudo certinho.
Comecei a desconfiar das coisas assistindo às aventuras do meu herói favorito - naquela época, que fique bem claro -, o Spectreman. Um herói japa, estilo Power Rangers - só para lembrar aos mais novinhos que vocês não são menos ridículos. O Spectreman era barra, tinha tudo que um bom japa tem, abertura maneira: a câmera vinha pairando desde o espaço, em direção ao Japão, enquanto um locutor com uma voz cavernosa falava em off ao som de uma musiquinha (clique a seguir ouvir a musiquinha e ver a abertura ): Planeta: Terra. Cidade: Tóquio. Como todas grandes metrópoles do planeta, Tóquio se acha hoje em desvantagem em sua luta contra o maior inimigo do homem: a poluição. E apesar dos esforços de todo o mundo, pode chegar um dia em que a terra, o ar e as águas venham a se tornar letais para toda e qualquer forma de vida. Quem poderá intervir? SPECTREMAN!!!; um vilão carismático, o Dr. Gori, um macacão que ficava arquitetando planos adivinhem para que.... dominar o mundo, isso mesmo. E o cara tinha um assistente atrapalhado, quem não tem um, o Karas, um gorila muito louco que ficava o tempo todo batendo no peito com os punhos cerrados; tinha também um grito de guerra: "Dominantes, às ordens", aí um raio transformava o pacato Kenji no poderoso Spectreman e os monstros começavam a tremer nas bases. Os enredos eram sempre os mesmos: O Dr. Gori enviava um monstro de latéx com ziper nas costas para a Terra, o Spectroman lutava e ganhava do monstro, mas não o destruia, então o Dr. Gori transformava o monstro num gigante - não me perguntem porque ele não mandava o monstro gigante desde o começo -, o Spectreman também virava gigante - também não me pergunte porque o Spectreman não vinha gigante desde o começo - e usava seu famoso spectreflash para acabar com o monstro, claro antes eles destruiam uma porrada de coisas durante as lutas.
Não esqueci não... O problema é que eu já sabia que no Japão, os caras falam japonês e o Dr. Gori - principalmente ele - tinha uns tiques muito esquisitos: o sujeito falava com o Karas e ao mesmo tempo mexia os braços feito o Renato Russo dançando e não tinha uma vez que ele não ficasse mexendo a boca sem emitir qualquer som ou o contrário, a gente ouvia a voz do cara, mas a boca ficava paradinha.
Esse comportamento por demais sinistro foi a chave para tudo. Olha o trabalhão que os safados da televisão tinham. Eles apagavam o som das vozes dos caras dos filmes, depois gravavam versões em português do diálogo e aí punham para passar tudo junto. Tudo isso para enganar as criancinhas e a única pista da safadeza era um locutor que falava antes de começar os epsódios: "Versão brasileira...." Putz, isso é ou não é mal caratismo?
Agora depois que você descobre isso, não pense que as coisas melhoram não. Agente passa a assistir filme legendado e aí é pior ainda, a gente descobre que todo mundo fala inglês. Americano fala inglês, italiano fala inglês, japonês fala iglês, até marciano fala inglês... Tem uns caras menos cara-de-pau, como os caras da enterprise, que dizem utilizar um dispositivo de tradução universal, mas eta dispositivo né. É um banho de língua.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pior que Spectreman só as novelas mexicanas. Aquelas dublagens acabam com qualquer ilusão infanto juvenil.

Anônimo disse...

E so esta Faltando um TEMPLATE mais ta legalzinho bem a sua cara!!!!

Anônimo disse...

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